em_construção

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sempre, mas na tranquilidade

segunda-feira, 14 de julho de 2008

voltando ao espaço...


Aguentei dois dias sem voltar ao nosso espaço, agora encontro esse espaço de que me rodeava no espaço noutro lugar.

Chegada à quinta do meu avô, a primeira coisa que faço é pôr-me de cócoras arrancar as ervas daninhas. Volto à mesma posição do espaço, ao mesmo espaço do espaço. Transporto-o em mim.

Esta palavra espaço, esta atmosfera do espaço tão específica e tão palpável que me persegue.

E a água que saiu das minhas mãos voltou a ser castanha.

O início da semana foi com o vazio, sim, mas principalmente com uma melancolia que se instalou, pareceu-me, à minha volta. Aquele lugar vago entre a tristeza e a saudade. Sem conseguir apontar-lhe o dedo. Ficou só, assim, pairando à minha volta, uma esfera. E a dificuldade em falar com os outros humanos!

Foi a ausência do espaço, ou o trabalhar até o conseguir recuperar. A calma e o silêncio daquele lugar. O tempo que passa constante, calmamente. E a vida continua a girar à volta. E em Alfama, a vida continua a girar à volta. Mariano, Tina, Mónica, Carlos, Luís, para todos eles, o nosso pingo chegou e passou. Entre as emoções, custou-me foi digerir isso… O nosso espaço que continua nosso, mas abri a mão e agora transporto-o comigo. Sem metáforas new age, é só isso mesmo. Tão simples…

As decisões para não morrer ou a reciclagem do mundo. Com o meu avô de 99 anos e a minha prima de 12!

(E as visitas ao Mariano vão continuar, impossível parar…)

quarta-feira, 9 de julho de 2008

comentários...

transcrição das fotos publicadas em ao fim, ao cabo e ao resto...


à máquina em rolo de papel higiénico:

Aluzéfantásticavistadaqui


mexeue sítio. que ambiente
mexe com os meus sentidos
gosto disso

primeiro o odor quente
o fumo que obriga a semicerrar os olhos
linhas que cortam o espaço
jardim de escombros
dentrio e fora
pedaços de existência
as maravilhas Alice

boa

acho que é preciso aproveitar o que temos, sem subterfúgios

xe fixe

voltamos amanhã

Obrigado pelo Espaço

quero alugar este paraíso

fantástico! é mt à frente mas vale a pena tb por isso


à mão em papel reciclado em tempo real

DA TUA CASA ATÉ À MINHA NO ESPAÇO MENTAL.
EXCELENTE. MTO OBRIGADO

Nunca vi nada assim, mas senti-me bem. Obrigado

Me senti como em mi própria casa. Obrigado

Casa pode ser em tanto sítio...
Parabéns por terem encontrado um especial

Original, imaginativo e muito especial. fez-me sentir num mundo nunca antes vivido. Gostei

Gostei muito da instalação e do uso pelo público


terça-feira, 8 de julho de 2008

no rescaldo ... #2

lembrei-me de algo

os pombos
quando chegámos ao espaço
havia pombos a esvoaçar

o cagatório era o nosso mezzanino
que o diagam as primeiras instalações de papel higiénico

começamos a limpar e desapareceram
nunca mais vimos cagadelas
nem os próprios pombos

sábado, último dia de abertura ao público:
cheguei mais cedo
abeiro-me da janela (a nossa! janela)
e lá estava um pombo solitário a olhar cá para dentro
a ver se já tinhamos acabado?

Obrigada, pombos por nos emprestarem o espaço...

no rescaldo... #1

Estes dias realmente têm sido muito estranhos. Uma sensação de vazio apoderou-se de mim...Existem lugares e acontecimentos na minha vida que me deixam eufórico e ao mesmo tempo apreensivos.

Durante estes meses desenvolvi a capacidade de me enraizar num determinado espaço, esse estado, leva-nos a passar por todos os sentimentos e vivências físicas que temos com um lugar...

Ainda sinto as comichões e as picadas de mosquito, bem presentes no meu corpo e uma espécie de ressaca...

Tenho todos estes anos a andar de casa em casa, de cidade em cidade e agora outra aventura me espera. Uma aventura feliz, concerteza, uma benção...Mas sinto-me emocionalmente em lado nenhum...Apercebi-me da fragilidade da minha situação, do que as minhas decisões em Lisboa..tinham feito.. e em alguns dias, sinto-me estranhamente sozinho...no que até então, tinha sido ocupado por um carinho por abrir um espaço e um lugar para as pessoas e em mim. Tenho pessoas e amigos à minha volta, mas tomei tantas decisões erradas e acertadas, que acabei por extremar essas relações.

Qualquer mudança deve ser acompanhada, deve ter companhia, para ser mais rica e alegre.

Estes são os meses, antes de me ir embora, em que me reinvento com as outras pessoas.

sábado, 5 de julho de 2008

de espaço aberto

continuamos a ir de vez em quando à nossa janela...
ontem calhou-me o crepúsculo...
de repente o céu avermelhado encheu-se de andorinhas
umas esvoaçavam para poente outras para nascente, outras nem por isso
outras faziam voos picados
uma animação
num instante
e o céu voltou ficar limpo e sossegado
e os voos voltaram a ser suaves
e muito de vez em quando

abrimos o nosso espaço...


(imagem retirada de video)

segunda-feira, 30 de junho de 2008

A quem agradecer?


Temos sido tão acarinhados!

Em primeiro lugar, ao Pedras d’Água/ c.e.m – centro em movimento, que nos convidou. Logo a seguir à Mónica Lopes, que encontrou este espaço.

À Tina que tratou de tudo para que pudéssemos aqui estar este tempo todo, e mais uma vez à Mónica, à Tina e à sua equipe que nos iam emprestando cor local, água e electricidade.

Ao Mariano um OBRIGADO do tamanho do mundo pela alegria com que pinta tudo e a nós também.

E a Joana, o Carlos, e todos aqueles que se cruzam quase diariamente connosco na esplanada do Passe Palavra...

A toda a equipe do Pedras d’Água/ c.e.m – centro em movimento (desculpem não nomear mas vocês sabem!) e ao Miguel Ponte.

Muito especial também ao Ricardo Robles e ao Sr. Victor Martins, senão lá se despencava o nosso público e as outras bricolages...

A todos que nos deram feedback: Andreia Silva, António Calpi, BiBi Perestrelo, Eunice Artur, Luís Castro, Mónica Lopes, Natacha Dias, Sofia Neuparth, Yola Pinto...

Ou que contribuíram muito directamente em áreas específicas: a Litozinco, que nos deixou um espólio imenso, o Pedro que nos ensinou a esperar, a escutar o eco, a rolar...

Como sempre o Centa e a Graça Passos receberam-nos principescamente em Vila Velha de Ródão e têm grande culpa disto. Como aliás o Van Gogh e o Goya, a Susana Paiva (rica máquina!), a Françoise Hardy e todos os que nos descreveram as suas casas...

Na periferia mas não menos importante, Adriana Conceição, Coração de Carvalho, Helena C. Ruas (foi essencial esse alentejo cedinho), Liliana Chaves, Luciana Chieregati, Maria Paiva, Rita Bargão, Rui Chaves ( Pai ), Sara Jaleco, Suzana Borges. A Clara Melo da Silva e o grupo de Teatro Antígona. GDA – Direitos dos Artistas (www.gdaie.pt) pelo o apoio à residência na Crinabel e a própria Crinabel do Lumiar: a todos um grande, muito grande obrigado!