Esta semana estamos a trabalhar num dos corações das festas populares lisboetas e no café ao nosso lado, sentimos toda essa energia que contamina a preparação desta zona.
Monta-se bancas e preparam-se os barris de metal para assar sardinhas na hora...
De uma das janelas do outro lado ouve-se uma paisagem sonora diferente, o som da música ligeira portuguesa, mistura-se com o tráfego e com ocasionalmente os barcos.
No final do dia, saimos do espaço e sem ouvir o aviso, piso o chão limpo, olho para a cara da empregada e fico muito aflito.
Mas é uma situação ambígua...
E é agora que me apercebo, que é exactamente na ambiguidade que eu gosto de estar, são esses múltiplos caminhos, que se resolvem com gestos simples, com sons simples, com olhares simples.
Mas viver nesse recanto também levanta os seus perigos. E esta coisa da comunicação levanta outros problemas.
Há alturas em que me sinto realmente aflito e as pessoas que estão à minha volta ficam aflitas e eu sem saber...fico ainda mais aflito.
Na verdade é este mesmo processo que uso quando faço som com o meu portátil e existe um diálogo com outras pessoas, eu antecipo de alguma forma ... é a minha intuição.. . É um processo vivo e que me permite adensar o trabalho.
Questiono-me se será possivel estender este fenómeno a todos os cantos da minha vida e personalidade...
Vou acabar este texto com um link que esclarece a classificação científica do morcego :
http://pt.wikipedia.org/wiki/Morcego
Agora vamos a uma sardinha?!
#4
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